quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Conselhos úteis

.Publicação: Revista Proteção Abril/2010   
Conselhos úteis
Profissionais devem estar atentos ao seu verdadeiro papel dentro das organizações
Cosmo Palásio de Moraes Junior 
Resumimos 15 bons conselhos para profissionais de Segurança e Medicina do Trabalho. Não são os únicos, mas com certeza estão entre os mais importantes e, acima de tudo, servem como uma boa referência para a avaliação da própria postura como profissional. 
Em primeiro lugar, aprenda de uma vez por todas que você não é o responsável pela saúde e pelas vidas das pessoas que trabalham em uma organização. Sua função é implantar, onde for o caso, e gerir os processos que a própria organização tem ou terá para promover a saúde e a segurança no local de trabalho. Essa finalidade é responsabilidade da empresa. 
Aprenda também que a legislação é algo que está muito acima dos interesses das organizações ou das pessoas que nelas trabalham. Na verdade, ela existe para defender o interesse coletivo maior, que é o da sociedade como um todo e que, portanto, deve ser tratada com equilíbrio e não com tendências. 
Em terceiro lugar, aprenda que qualquer programa, plano ou campanha por mais bonito e bem feito que seja só será útil se for compreendido e praticado pelas pessoas. Qualquer coisa fora disso é dinheiro jogado fora. 
Compreenda que questões disciplinares dizem respeito à área específica da organização e não ao SESMT. Por mais que punir faça com que algumas pessoas sintam alguma forma de poder, estamos na verdade atuando na pior esfera do processo da prevenção. 
Compreenda também que uma boa ideia precisa de uma boa apresentação. Assim, faz parte da vida de um profissional aprender a se expressar corretamente, tanto na forma, conteúdo e quantidade, quanto na utilização de linguagem adequada a quem se deseja apresentar algo ou mesmo convencer. 
O sexto conselho diz respeito às normas, que para serem cumpridas precisam de especialistas para interpretá-las e transformá-las em formas compreensíveis e aplicáveis para as demais pessoas. Assim, não basta saber ler, é preciso saber interpretar e usar a técnica para propor e desenvolver formas de aplicação. Organizações fazem produtos e vendem serviços. Embora segurança e saúde seja para nós o foco principal, para as organizações tudo isso é apenas mais uma das muitas partes de um negócio. O entendimento destes valores ajudará a evitar muitos conflitos. 
APRENDIZADO 
Entenda que por mais que você admire o modelo desta ou daquela organização, se quer que sua área seja tecnicamente forte deve fazer com que ela esteja baseada em normas legais e técnicas e não em modelos feitos por alguns. A padronização torna uma área mais forte e reconhecida, além de otimizar recursos. 
Saiba que normas e procedimentos não devem ser feitos pura e simplesmente para isentar pessoas e organizações de responsabilidades, mas para padronizar ações e mudar a cultura. 
Perceba que a vida e a saúde das pessoas é algo que não pode ser terceirizado e que, portanto, embora nos caiba o domínio da técnica sobre o assunto prevenção, não nos cabe decidir pelas pessoas o que é melhor para elas. A essa atitude chamamos de ética. 
Saiba também que não existe profissional de Segurança e Saúde no Trabalho primeiro, segundo ou terceiro. Todos somos profissionais e o respeito não deve ser pautado pelo local ou condição de trabalho. É preciso aprender que a CIPA não é o quintal da Segurança do Trabalho e sim a representação legítima dos trabalhadores e da organização no que diz respeito ao assunto Segurança e Saúde no Trabalho. Também é necessário ter o conhecimento de que para as organizações interessa o melhor resultado e que, assim, não importa a sua profissão, mas o que você sabe fazer e o quanto é capaz de dar. Troque o título pela utilidade e será reconhecido sem precisar se impor. 
É muito importante respeitar todos os profissionais da sua área de atuação e aprender com as diferenças e visões distintas, levando em conta que quem criou a NR 4 tinha uma visão bastante ampla, o que faz com que o SESMT seja uma área completa e não o resultado de uma visão apenas. 
O último conselho diz respeito a aprender que nenhum trabalhador se acidenta porque resolveu atrapalhar aquela sua velha placa de dias sem acidentes ou porque não tinha o que fazer naquele dia. Os acidentes são muito mais complexos do que a maioria das pessoas desejam ver. Suas causas estão distantes dos olhos de quem os investigam e os analisam partindo, muitas vezes, de velhos preconceitos.

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